Jaime Soares, acusou o Governo de “irresponsabilidade”

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012




O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Soares, acusou nesta terça-feira o Governo de “irresponsabilidade” por não estar atento às dificuldades financeiras das corporações, devido à redução dos serviços de transporte de doentes.

“Se o Governo está a ser negligente, lamento que assim seja. Mas, ao não estar atento a estas coisas, está no mínimo a ser irresponsável. Essas são questões que lhe competirá avaliar e terá de prestar contas aos portugueses pelo que está a fazer neste sector”, criticou o dirigente associativo.

Jaime Soares falava aos jornalistas no quartel dos Bombeiros de Reguengos de Monsaraz (Évora), durante uma visita a corporações do distrito com dificuldades financeiras causadas, sobretudo, pela redução dos serviços de transporte de doentes.

Évora “é onde se encontram, à primeira vista, as corporações com problemas financeiros mais flagrantes”, admitiu o responsável, embora ressalvando que o distrito “não é caso único”, porque “há outros que já começam a ter estes problemas”.

O representante máximo dos bombeiros ironizou que o Ministério da Saúde “instalou, de um momento para o outro, um sistema informático” em que foi definido que era tempo de “poupar e cortar” no transporte de doentes.

E a “máquina desumana não está nada preocupada e corta”, continuou.

Mas esses cortes, advertiu, estão a “cortar tempo de vida às populações e aos cidadãos”, porque, “não havendo doentes para transportar, os bombeiros [as corporações] entram falência financeira”.

Por isso, o presidente da LBP apelou ao Governo para que defina “quais são os utentes que têm de ser transportados, o que é que quer para esse mesmo transporte” e qual o montante “que está disponível” a atribuir aos bombeiros para os “ressarcir desses transportes”.

“Só solicitamos que nos dêem condições para que tenhamos o mínimo para funcionar” e “as ferramentas adequadas para prestar o melhor serviço possível às populações, que, por este andar, começam a ficar desprotegidas”, alertou Jaime Marta Soares.
O responsável afirmou que a LBP “não vai permitir que a responsabilidade seja assacada aos bombeiros”, caso alguma situação ponha em perigo a vida das pessoas, atribuindo essa responsabilidade “exclusivamente aos ministérios da Saúde e da Administração Interna”.

Adiantando que as corporações recebem hoje o mesmo valor de combustível de “há três anos” e que as taxas de saída e de utilização de oxigénio não são alteradas “há mais de nove anos”, Jaime Soares considerou que os bombeiros “têm vindo, ao longo destes anos, a subsidiar o Serviço Nacional de Saúde para prestar socorro”.

A deslocação ao distrito de Évora do presidente da LBP incluiu, além de Reguengos de Monsaraz, visitas a outras três corporações da região (Mourão, Portel e Viana do Alentejo) que enfrentam problemas financeiros graves, que já levaram ao despedimento de quase 70 funcionários.


Fonte: “O Público”

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